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segunda-feira, 1 de junho de 2015

“A gente acorda pra vida e não quer sair da cama. A gente abre a ferida na pele de quem nos ama. A gente vive na guerra, a gente luta por paz.

A gente pensa que sabe, mas nunca sabe o que faz. A gente nega o que nunca teve forças pra dizer. A gente mostra pro mundo o que se quer esconder. A gente finge que vive até o dia de morrer. E espera a hora da morte pra se arrepender de tudo. E todas essas pessoas que passaram por mim. Alguns querendo dinheiro, outros querendo o meu fim. E os meus amores de infância e os inimigos mortais. Todas as micaretas, todos os funerais. Todos os ditadores e sub-celebridades. Farsantes reais encobertando verdades. Pra proteger um vazio, um castelo de papel. Sempre esquecendo que o mundo é só um ponto azul no céu. Quem é que vai ouvir a minha oração? E quantos vão morrer até o final dessa canção? E quem vai prosseguir com a minha procissão. Sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa pressão? No escuro, a sós com a minha voz, por nós, quem? Quem? Quem? Antes, durante e após, desatando os nós, hein? Hein? Hein? Sente no corpo uma prisão, correntes, vendas na visão. Os caras não avisam, balas não alisam, minas e manos brisam. E precisam de mais, mais visão, ter paz, paz. Note que o holofote e o vício nele em si te desfaz, faz. Menos é mais, e o que segue é a lombra. Onde se vacilar os verme leva até sua sombra. Cada qual com seu caos. O inferno particular. Tempo, individual. E o amor, impopular. Quem é que vai ouvir a minha oração? E quantos vão morrer até o final dessa canção? E quem vai prosseguir com a minha procissão. Sem nunca desistir, nem sucumbir a toda essa pressão?
— Fresno. 

2 comentários:

  1. Guardei pra mim tantas coisas que um dia quis te dizer. Guardei sentimentos bons, porque você poderia pensar que estava apaixonada por você e aí, iria se afastar. Guardei o “tô com saudades e o lembrei de você”, porque você não gosta dessa coisa melodramática de romancinho. “Guardei o me abraça e o fica comigo mais um pouco” porque gente carente é chata.


    O tempo foi passando, as conversas diminuindo e as angústias aumentando. Comecei a guardar as ansiedades todas no peito, guardei os “oi, tá tudo bem?”, guardei a vontade de puxar assunto mesmo quando tinha algo muito legal pra contar. As vezes que não guardei, recebia pouca sensibilidade ou atenção de volta, e o “e você, tá bem?” não retornava.Então comecei guardar uma magoazinha aqui, outra ali. As vezes parecia que você era de novo como no começo e aí até voltava a guardar algumas alegrias novamente. Guardava até uma certa esperança das coisas melhorarem. Foi quando eu vi que na verdade, o que eu tinha dentro de mim, era uma montanha-russa de emoções.

    Essa mistura de sentimentos que moram aqui começou a bagunçar cada vez mais. Sem combinados, sem expectativas explícitas, sem nada o que esperar. Comecei então a colecionar discursos e falas, pois eu precisava te falar sobre tudo isso, porque já não havia mais espaço para guardar nada, não cabia. A aflição já estava pressionando a garganta e os sentimentos fazendo o coração latejar cada vez mais forte.

    E quando eu não aguentei mais, tudo isso foi expelido em forma de lágrimas. Lágrimas que você não viu, e nunca verá. Você viu meu sorriso, mas como sempre, foi incapaz de ver que não era o mesmo sorriso, que era um sorriso triste, o pior que um dia te ofereci. E se viu, fez como eu, guardou pra você.

    Não era pra ser um jogo, nem uma disputa de quem aguenta mais. Não era pra ser algo pesado, que trouxesse dor. Eu gostava de quando era leve, espontâneo, cheio de risos gratuitos e carinhos onde o desejo e a cumplicidade falavam mais alto.

    Eu guardei tanta coisa que eu sempre quis ter dito, mas que por medo, insegurança e vontade de parecer forte nunca me deixaram falar. Escolhi a vaidade e o orgulho e deixei nos meus segredos escondidos a sete chaves, e agora não faz mais sentido, deixa pra lá. Eu senti tanto, que agora tanto faz.

    por dbrauhardt

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    1. Escolhi a vaidade e o orgulho e deixei nos meus segredos escondidos a sete chaves, e agora não faz mais sentido, deixa pra lá. Eu senti tanto, que agora tanto faz.

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