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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

“O teu problema é sempre saber ler o que eu não dizia.

Tu sempre conseguiu ignorar o que a minha boca dizia, e se concentrar na púpila dos meus olhos. Que sempre me deduraram muito, sério. Eu podia mentir o quanto fosse, mas no fim da noite tu saberia exatamente aquilo que eu não disse. E ligaria nem que fosse só pra falar alto e me xingar. “Você falou sério?” “Falei.” “Então eu não te conheço mais.” Ai ela desligou. É claro que eu passava o dia inteiro esperando ela ligar. Éclaro que eu não falei sério. Mas eu sou um barco furado, e ela não tinha cara de quem sabia mexer na vela. Pra falar a verdade, aquela menina parecia ser do tipo que nem nadar sabia. Ela era toda desastrada. Mas eu resolvi ligar. “Alô?” “Sou eu.” “Oi “sou eu”, não sei quem você é.” “É claro que você sabe. Só liguei pra dizer que eu vou naquele café amanhã, se você quiser.” “Não me encontro com desconhecidos.” Decidi cair na tua. Quer me conhecer? Que conheça, então. Você me fez dizer tudo que já sabia de mim, só pra convencer a si mesma que jogava bem qualquer tipo de jogo que fosse. Eu até gritaria com você como eu fiz na semana passada. Mas eu sou o cara que você não conhece, o cara que você não quer. Essa ideia é meio pesada. E se tu acabasse decidindo sair de madrugada e acabar encontrando um cara legal que ri das tuas piadas? Ou melhor, que acabe encontrando um cara que conte piadas?mEu nunca fui engraçado. Mas você sempre deu risada de mim. E eu sei o tipo de cara que eu sou, mas eu ignoro todo esse meu lado quando eu escuto ela rindo. Eu sei, é doentio e patético. Mas, sei lá. Eu sou um completo imbecil, cara. Coloquei o perfume que tu mais curte pra ir no café. Numa misero de um café que obviamente não significava muita coisa, Mas quando eu vi ela sentada de pernas cruzadas meio que valeu a pena. “Oi.” “Tá atrasado. 10 minutos e 5 segundos.” “Ainda continua obcecada por numeros?” “Não sabe disso.” “Ah é, desculpa. Não sei. Achei que te conhecia.” “Me conhece. Falou comigo no telefone.” “Hm… Você tem voz de obcecada por números.” E era verdade que tu era a menina mais estranha que eu já tinha conhecido, a maioria das pessoas teriam só terminado e pronto. Você bolou um recomeço absurdamente esquisito, não foi como trombar numa esquina e falar “e aí quanto tempo”. Foi como dizer “e aí qual seu nome?” sabendo até o número de eleitor. A verdade, tu continuava obceecada por números. E eu, obcecado na ideia das suas pernas estarem tão perto e eu não poder comentar sobre elas. Sabe como é, causaria uma má impressão logo num primeiro encontro.”
robin and stubb.

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