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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

“Eras, bateu uma saudade mais forte agora” - disse ele. Ela silenciou ao telefone. Sentia aquela saudade dolorosa apertar o peito, o coração se comprimir entre as entranhas. “Sabe quando eu falo besteira, e tu me olhas sério…” - dizia ele, alheio ainda ao sofrimento dela. “Arram (sussurrou), sei” - forçou-se a dizer, tentando manter-se forte. ” … e pra tu parares com essa cara e rires eu falo algo do tipo (mudou a voz para seu tom mais brincalhão e adocicado) ‘Onw, meu neném’?” Neném.

 Aquilo era golpe baixo. Ela sabia que sempre depois de ele dizer isso, ele a beijaria, e eles estariam juntos. Mas agora eles não estavam. E isso doía. Ela ficou em silêncio novamente, sentindo aquela pontada já conhecida de impotência por não estar ao lado dele. Não havia mais o que dizer. Os dois estavam a uma distância tortuosa que feria mais e mais a cada segundo afastados, que gritava por eles os nomes um do outro, que ansiava pelo toque das peles unidas. Ele, dando-se conta do impacto de suas palavras pelo silêncio que ela fez, reverberou os sentimentos de ambos e disse, com a voz revoltada: ” To com uma saudade filha da puta disso.”

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